sexta-feira, 28 de maio de 2010

Souza.

Minha mãe namorou um cara, por cerca de um ano.
Eu o adorava, sabe.
Ele tratava a nos duas muito bem, e fazia o tipinho homem perfeito.
Nessa epoca eu devia ter no maximo 12 anos.
Mas os dois terminaram, e chega a parte da historia que eu preciso colocar pra fora e jogar pro lixo de uma vez.
Era dia de feira escolar, e eu não tava a fim de ir..
Fiquei em casa..
O telefone tocou, e era o 'Souza'.
Pediu pra me encontrar no shopping, que tinha comprado alianças pra minha mae e ele se casarem, mas como eles tinham terminado, ele precisava da minha ajuda. Disse que era apaixonado por ela, estava com saudades, a faria a mulher mais feliz do mundo, e jogou baixissimo, afirmando que 'seria meu papai tambem'.
Não preciso responder que uma garota de 12 aninhos, que o pai tinha sumido há 2 anos não pensou nem duas vezes né.
Encontrei-o, lá.
Sentado, aparentemente indefeso.
Começou a me falar sobre sua ultima viagem.
Sobre as festas que tinha frequentado.
As bebidas, as praias, a viagem toodinha.
Ele estava sentado de frente pra mim.
E neste ponto, tirou sua bolsa da cadeira, e sentou na cadeira do meu lado.
Tirou do bolso, a carteira, e mostrou fotos de muitas, muitas meninas.
Acho que mais que umas dez..
E me perguntou se eu sabia o que eram.
Obviamente, eu não sabia.
Me falou que eram suas ex namoradas, e 'sabe, ele gostava muito de menininhas mais novas'.
Tá, eu tinha 12 anos, mas sabia perfeitamente o que viria a partir daí.
Minha cabeça foi a mil, e notei que não, nos nao falariamos da minha mae e dele.
Falariamos de mim e dele.
Tentei me levantar, e ele era um marinheiro de quase dois metros, troncudo, e me disse que não seria possivel sair dali ate que ele terminasse.
Ele me abraçou, e disse que já tinha namorado uma menina de 12 anos.
Sabe, 'muito parecida comigo'.
Branquinha, novinha, cabelos escuros, sorriso simpatico, inteligente e muito, muito bonita.
E apertava meus braços, enquanto eu tentava levantar.
O papo seguiu, ele falando, e eu tentando sair.
Não quero falar de como a história seguiu, tô tensa só de lembrar.
Mas, enfim olhei desesperada prum segurança, que veio saber se tudo estava bem.
Eu disse que não, e o segurança pediu pra ele 'parar de me abraçar com tanta força'.
Saí correndo, chorei horas no banheiro.
Quando saí, fui pegar um ônibus.
O tal Souza estava parado no ponto, me esperando.
Me empurrou pra dentro de um ônibus.
Me perdi, por umas duas horas.
Nunca tinha andado por aquele lugar, não o conhecia.
O motorista me apontou o onibus certo que eu deveria tomar, e eu voltei, pro colegio da minha mãe.
Contei tudo pra ela, e ela prometeu tomar cuidado quanto a seus proximos namorados.

Essa madrugada, ele acordou, fez xixi de porta aberta, andou de cueca pela casa e disse coisas desagradaveis.
Fez coisas desagradaveis.
Muito desagradaveis.
Senti nojo, raiva, vontade de socar.
Não quero nem pensar em descrever o que aconteceu, obg.
Chorei, mais algumas horas.
Sensação de ser incapaz de se defender.
Eles terminaram, amem.
Segundo Souza na minha vida, but beeeem mais tenso que o primeiro.
Mae, cuidado pra nao pintar o terceiro.

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